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terça-feira, 19 de março de 2024

Guiné 61/74 - P25288: O Cancioneiro da Nossa Guerra (16): "Aldeia Formosa" e "Adeus Aldeia Formosa" (CCAÇ 2614 / BCAÇ 2892, Nhala e Aldeia Formosa, 1969/71)


Guiné > Região de Quínara> Buba > 1ª C/BCAÇ 4513/72 (Bula, 1973/74) > Proteção aos trabalhos de construção da nova estrada Buba - Aldeia Formosa (via Nhala).

Foto (e legenda): © António Alves da Cruz (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. No seu singelo ļivro de memórias "Os Resistentes de Nhala, 1969/71" (ed. de autor,  s/l, 2005, 144 pp.) (*), o nosso camarada Manuel Mesquita (CCAÇ 2614 
/ BCAÇ 2892, Bissau, Nhala e Aldeia Formosa, 1969/71) transcreve a letra de duas canções, que se cantarolavam em Aldeia Formosa:

(...) "Em Aldeia  o pessoal canta, para esquecer a saudade, ou porque já estamos perto do fim. Pegaram na melodia da marcha do Bairro Alto, vencedora em 1960 (talvez), 'Bairro Alto e seus amores tão delicados'...) (op. cit, pág, 120). 

Nenhuma das duas letras em título...  Mas também circulam por aí como "Aldeia Formosa" e "Adeus, Aldeia Formosa"...  A primeira é uma paródia às colunas auto na temível picada Buba - Aldeia Formosa (que no final da guerra passou a aser uma estrada alcatroada)... Vamos acrescentá-las ao Cancioneiro da Nossa Guerrra  (**).


ALDEIA FORMOSA 

Aldeia e as colunas a seguir
Para Buba,  com a malta,
Sujeita a ir para não vir
Com aquilo que nos falta.

São emboscadas e minas,
Bolanhas e covazinhas,
Viaturas rebocadas.
Deitaram - nos isto à sorte
De procurarmos a morte
Nestas tão reles estradas,

Refrão:

Viaturas velhas, mesmo a cair,
E, mesmo assim, a malta tem que seguir,
São tristes chaços, em procissão,
Andam mecânicos com as chaves de mão em mão.


(Nota: Na página "A viola é do fado", lê-se que "esta marcha data de 1938 e é da autoria de Carlos Neves. Diz-nos Daniel Gouveia, no seu excelente livro ' No fado tudo se canta' que a letra original de Nuno de Aguiar foi várias vezes alterada pelos fadistas. Sugere-se, a esse respeito, a leitura da variante cantada por Carlos do Carmo."). 

2. A segunda letra é já relativa ao fim da comissão, e ao  "regresso"  do pessoal da CCAÇ 2614, que se vai processar, numa primeira fase,  em coluna auto,  de Aldeia Formosa até Buba, passando por Mampatá, Uane e Nhala (que ficou no coração dos "resistentes")  (op. cit, pp 124/125).


ADEUS, ALDEIA FORMOSA

Adeus, Aldeia,  Formosa mas feia,
Com turras a atacar,
Adeus, Aldeia, que eu levo na ideia
De não mais cá voltar.

Despedi-me das bolanhas sem igual, 

Das bajudas da Tabanca, 
Dos alfaiates do rio Corubal,
Antes quero a minha branca.

Ai, ai, ai!...,
Não me importo de ir à toa,
O que eu quero é ver Lisboa
E a terra que eu cá sei.

Ai, ai, ai!...,
Já deixei as matacanhas, 
Pântanos e montanhas
E a Nhala que eu amei.

(Nota: A letra encaixa-se na  música da "Canção da Papoila", do filme "Maria Papoila", de Leitão de Barros, 1937: música de Raul Ferrão, letra de Alberto Barbosa, José Galhardo e Vasco Santana; Lisboa, Sassetii & C.ª Editores, 1937. Fonte: Museu do Fado)

(Seleção, revisão / fixação de texto, notas: LG)



Capa do livro do Manel Mesquita, 
"Os Resistentes de Nhala", ed. de autor, 2005, s/l, 2055, 144 pp. 
(Gráfica: Quadra - Produções Gráficas Lda, Vila Nova de Gaia.)
(Contactos do autor: tel 22 762 07 36 | telem 963 525 912)
____________

Notas do editor:

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Guiné 61/74 - P24629: Convívios (971): CCAÇ 3398 (Buba, 1971/73): Cinquentenário do regresso, Freiriz, Vila Verde, 2set2023 (Joaquim Pinto Carvalho)



Infografia: Joaquim Pinto Carvalho (2023)


1. Realizou-se em Freiriz, Vila Verde, distrito de Braga, em 2 do corrente, o anunciado convívio do pessoal da CCAÇ 3398 / BCAÇ 3852, "Incendiários" (Buba, 1971/73) (*), com a presença de cerca de 3 dezenas de ex-combatentes, a que se juntaram familiares (**). 

Não faltou como sempre o antigo cap inf Filipe Ferreira Lopes, hoje cor inf ref, que também passou pela CCAÇ 1788, 1967/69, como alferes QP, tendo substituído temporariamente o cap inf Artur Manuel Carneiro Geraldes Nunes (1934-1968), morto em combate.

Por ocasião deste convívio dos 50 anos do regresso dos "Incendiários", o nosso camarada e amigo Joaquim Pinto Carvalho,   mostrou mais uma vez os seus dotes musicais e poéticos. Ficam aqui, para "memória futura", três textos da sua autoria,  lidos (o soneto "Regressurreição" e a "Ode Alegre do Regresso") ou cantados,  durante a jornada (a letra do hino "Incendiário"). 

O Joaquim Pinto Carvalho, que tem mais de 60 referências no nosso blogue, e é membro nº 633 da Tabanca Grande; foi alf mil da CCAÇ 3398 (Buba) e CCAÇ 6 (Bedanda) (1971/73); natural do Cadaval, é advogado, poeta e régulo da Tabanca do Atira-te ao Mar, Porto das Barcas, Atalaia, Lourinhã; é autor ainda  de uma brochura com a história da unidade, a CCAÇ 3398, distribuída no respetivo XXV Convívio, realizado no Cadaval, em 18/9/2021.





“INCENDIÁRIO”

(letra adaptada à música da cantiga popular do cancioneiro minhoto “Laurindinha”; autoria: Joaquim Pinto Carvalho,


Ó “incendiário” que foste à guerra

Ó “incendiário” que foste à guerra

E que regressaste ai-ai-ai vivo à tua terra ai-ai-ai

E que regressaste ai-ai-ai vivo à tua terra

 

Vivo à tua terra de que foste um dia

Vivo à tua terra de que foste um dia

Para assentar praça ai-ai-ai nesta companhia ai-ai-ai

Para assentar praça ai-ai-ai nesta companhia

 

Nesta companhia lá no BC 10

Nesta companhia lá no BC 10

Depois o Niassa ai-ai-ai levou-te à Guiné ai-ai-ai

Depois o Niassa ai-ai-ai levou-te à Guiné

 

Levou-te à Guiné, foste “periquito”

Levou-te à Guiné, foste “periquito”

Nas terras de Buba ai-ai-ai havia mosquito ai-ai-ai

Nas terras de Buba ai-ai-ai havia mosquito

 

Havia mosquito e muita bolanha

Havia mosquito e muita bolanha

Mas naquela guerra ai-ai-ai já ninguém te apanha ai-ai-ai

Mas naquela guerra ai-ai-ai já ninguém te apanha

 

Já ninguém te apanha já ninguém te quer

Já ninguém te apanha já ninguém te quer

É na tua terra ai-ai-ai  é que é bom viver ai-ai-ai

É na tua terra ai-ai-ai  é que é bom viver 

 

É que é bom viver e ter alegria

É que é bom viver e ter alegria

E sem esquecer ai-ai-ai a nossa companhia ai-ai-ai

E sem esquecer ai-ai-ai a nossa companhia

 

A nossa companhia - a dos “incendiários”

A nossa companhia  - a dos “incendiários”

Que está de parabéns ai-ai-ai neste cinquentenário ai- ai-ai 

Que está de parabéns ai-ai-ai neste cinquentenário



(Música: Oh Laurindinha, canção tradicional popular. Há várias interpretações musicais no You Tube. Ver por exemplo aqui: Sons da Terra - "Laurindinha" & "Ouvi o Passarinho"RTP - A Festa é Nossa (Manteigas) 18 Fevereiro 2012) (com a devida vénia...)


Oh Laurindinha, vem à janela.
Oh Laurindinha, vem à janela.
Ver o teu amor, (ai ai ai) que ele vai p'ra guerra.
Ver o teu amor, (ai ai ai) que ele vai p´ra guerra.

Se ele vai pra guerra, deixá-lo ir.
Se ele vai pra guerra, deixá-lo ir.
Ele é rapaz novo, (ai ai ai) ele torna a vir.
Ele é rapaz novo, (ai ai ai) ele torna a vir.

Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.

Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ele torna a vir, se Deus quiser.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo (ai ai ai) de arranjar mulher.
Ainda vem a tempo, (ai ai ai) de arranjar mulher.

terça-feira, 13 de junho de 2023

Guiné 61/74 - P24397: O Cancioneiro da Nossa Guerra (15): O Hino da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): uma paródia do "Tiro-Liro-Liro" (Recolha: José Sobral e António Lalande Jorge)


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136 > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) (*) > Um grupo de "coralistas": cantando o "Hino da CCAÇ 12"... Da esquerda para a direita, 

(i) José Sobral, ex-alf mil at inf, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1971/73);

(ii) António Lalande Jorge, ex-fur mil mecânico, CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74);

(iii) Manuel Lino, ex-fur mil art, 20º Pel Art (obus 10,5 cm) (Xime, 1972/74);

 (iv) António Duarte, ex-fur mil at inf, CCART 3493 e CCAÇ 12 (Mansambo, Bambadinca e Xime, 1971/74).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Vídeo (1' 14''). Alojado em Luís Graça > You Tube (2023)


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136 > 27 de maio de 2023 > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) (*)

No vídeo pode ver-se um grupo de "coralistas", cantando uma paródia de uma canção tradicional, que a Amália Rodrigues imortalizou ("Tiro-Liro-Liro") ("Cá em cima está o tiro-liro-liro, / cá em baixo está o tiro-liro-ló / Juntaram-se os dois à esquina / A tocar a concertina, a dançar o solidó"), transformada em cantiga de escárnio e maldizer, em que os visado seria o 2º comandante do BART 2917 (o então major art Anjos de Carvalho, conhecido na "caserna" como o "alma negra", e gostar de comandar operações "by air", ou seja, através do PCV - Posto de Comand0 Volante, em DO-27. 

"Grande momento 'musical' com coreografia final especial", escreveu o António Duarte... Acrescento eu: com um valente "manguito" do nosso dr. José Sobral... Ora não fora ele, um coimbrão que, enquanto estudante, apanhou a crise estudantil de 1969, e foi logo recambiado  para a tropa, ele e o Jaime Pereira, seu colega e amigo desde os tempos de liceu... Por azar, logo os dois foram parar à CCaç 12 (que raio de coincidência!).

 
1. O António Lalande Jorge, ex-fur mil mec auto, de rendição individual, que pertenceu à CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1972/74), respondeu do seguinte modo a um outro mail que eu mandei aos camaradas da CCAÇ 12 que estiveram presentes no convívio de Coimbra, do passado dia 27 de maio.

Data - 31/05/2023, 22:16
Assunto - Coimbra, 27/5/2023... Convívio da nossa CCAÇ 12

Caros camaradas,

Na sequência e em resposta ao mail enviado pelo camarada Luís Graça e esperando que o José Sobral não leve a mal eu antecipar-me e responder ao pedido do Luís Graça a propósito da cedência da letra do Tiro Liro Liro / Hino da CCAÇ12,  e para evitar nova reunião para acerto da letra, envio agora o Hino com a letra já corrigida para que todos possam guardá-la e decorá-la de modo a que num próximo encontro possamos cantar todos afinadinhos.
Abraços para todos.

António Lalande Jorge


2. Comentário do editor LG:

Publica-se a seguir a letra do "Hino da CCAÇ 12", na versão que me foi disponibilizada pelo António Lalande Jorge. Uma peça a juntar ao Cancioneiro de Bambadinca, ou melhor, ao Cancioneiro da Nossa Guerra (**)... 

Julgo que a letra é do médico, coimbrão,  José Sobral, ex-alf mil at inf, da CCAÇ 12, no período de 1971/73,  revista e melhorada por outros camaradas da CCAÇ 12, da chamada 2ª e 3ª gerações. (Como é sabido, as subunidades do CTIG, como a CCAÇ 12, tinham apenas graduados e especialistas de origem metropolitana e rendição individual.)

Obrigado,  camarada Lalande Jorge. E espero que aceite o meu convite para integrar, de pleno direito, a nossa Tabanca Grande (***). Só preciso de duas fotos tuas, uma do "antigamente", e outra mais recente. Pelo que eu pude observar, de relance, no nosso convívio de Coimbra,  tens um excelente álbum fotográfico do tempo em que passaste por Bambadinca e pelo Xime (1972/74). 

E, "by the way",  pelo que me constaste, ias levando uma "piçada" do gen Bettencourt Rodrigues, o Com-Chefe que rendeu o Spínola, por no quartel do Xime (para onde a CCAÇ 12 foi transferida, a contragosto, em março de 1973), teres dezenas e dezenas de pneus, se não centenas, empilhados até ao tecto... 

O general deve ter pensado que andavas a açambarcar pneus (e até a vendê-los aos "turras"...) quando havia falta deles (e dos demais sobresselentes paras as viaturas automóveis)  no CTIG... 

A tua resposta, serena,  deve tê-lo desarmado: "Meu general, é uma herança acumulada, das companhias que passaram por aqui, e agora da nossa, que veio de Bambadinca... Não sei o que fazer a este lixo todo..."

Se quiseres partilhar uma seleção de fotos, com maior interesse documental, estás à vontade: só tens que as digitalizar, com uma boa resolução (mínimo,  1Mb) e mandá-las para o meu endereço de email... Se possível com legendas: data, local, etc.


HINO DA CCAÇ 12

Lá em cima anda o Helicanhão.
Cá em baixo anda a 12 e anda o Xime.

Lá em cima anda o Helicanhão,
Cá em baixo anda a 12 e anda o Xime.

Juntaram-se os três numa operação,
Lá para os lados do Poidão,
Correu tudo que nem um mimo!

Juntaram-se os três numa operação,
Lá para os lados do Poidão,
Correu tudo que nem um mimo!

Major... ó meu Major,
Ora diga lá agora o que é que quer.

Major... ó meu Major,
Ora diga lá agora o que é que quer.

Ora essa, continuem cinco minutos,
Não precisam que vos peça.
Continuem... ora essa!

Ora essa, continuem cinco minutos,
Não precisam que vos peça.
Continuem... ora essa!

Comandante... ó meu Comandante,
Estamos fritos, estamos agora a embrulhar!

Comandante... ó meu Comandante,
Estamos fritos, estamos agora a embrulhar!

Tenham calma... tenham calma e não pensem
Que eu daqui não vos estou a ajudar.

Tenham calma... tenham calma e não pensem
Que eu daqui não vos estou a ajudar.

Contra os canhões sem recuo...
VAI TU !

(Recolha: José Sobral / António Lalande Jorge)
___________

Notas do editor:

(*) Vd. postes de:

31 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24356: Convívios (963): Coimbra, 27mai2023, 50.º convívio da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime 1971/74): "Balada de Despedida", voz: Firmino Ribeiro

30 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24353: Convívios (962): CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): Coimbra, sede do núcleo local da Liga dos Combatentes, 27/5/2023: poucos mas bons, ao fim de 50 anos...

(**) Último poste da série > 3 de setembro de 2022 > Guiné 61/74 - P23583: O Cancioneiro da Nossa Guerra (14): Os Hinos da 4ª CCAÇ (Bolama e Bedanda, 1961/67) e da CCAÇ 6 (Bedanda, 1967/74)

(***) Vd. poste de 5 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24285: O que é feito de ti, camarada ? (18): António Lalande Jorge, ex-fur mil mec auto, CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, março de 1972 / abril de 1974)

terça-feira, 30 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24353: Convívios (962): CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74): Coimbra, sede do núcleo local da Liga dos Combatentes, 27/5/2023: poucos mas bons, ao fim de 50 anos...


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Um grupo de "coralistas": da esquerda  para a direita, José Sobral, Jorge  Lalalande, Manuel Lino e e António Duarte... Os dois camaradas da ponta direita, na primeira e segunda fila, não lhes fixei o nome


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Outro grupo de "coralistas": da esquerda para a direita, o  Florindo Gonçalves Costa, o  Firmino Ribeiro, o António Santos e o António Bonito. (O António Santos é de Guimarães ou vive em Guimarães; o Costa veio de Lisboa; o Ribeiro vive no Porto; e o Bonito é de Montemor-O-Velho,)


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Mais outro grupo de "coralistas": da esquerda para a direita, o Jaime Pereira,  a Ermelinda Sobral, o José Sobral, o Jorge Lalande e o Ferreira


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, na Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023 >  50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > Um grupo de "coralistas", cantando uma paródia de uma canção tradicional, que a Amália Rodrigues imortalizou ("Tiro-Liro-Liro") ("Cá em cima está o tiro-liro-liro, / cá em baixo está o tiro-liro-ló / Juntaram-se os dois à esquina /  A tocar a concertina, a dançar o solidó"), transformada em cantiga de escárnio e maldizer, em que os visados seriam o comando do BART 2917 (major art Anjos de Carvalho, conhecido como o "major negra", e o ten cor inf Polidoro Monteiro) que "infernalizou" a vida da CAÇ 12... Uma peça a juntar ao Cancioneiro de Bambadicna, ou melhor, ao Cancioneiro da Nossa Guerra... Julgo que a letra é do médico e coimbrão José Sobral

Vídeo (1' 14''). Alojado em Luís Graça > You Tube (2023)

 

Coimbra, claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > O ex-fur mil mecânico António Jorge Lalande e a dra, Odete Cardoso, esposa do Jaime Pereira, ex-alf mil at inf.


Coimbra, claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) (a chamada 2ª e 3ª geração de graduados e especialistas, de origem metropolitana) > O ex-fur mil at inf António Bonito, que pertenceu à CART 3494 e ao Pel Caç Nat 52 (Xime e Mato Cão, 1971/74): é natural de Momntemor-O-Velho. É membro da nossa Tabanca Grande e tem 15 referèncias no nosso blogue.


Coimbra, claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes > 27 de maio de 2023 : 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) > Os nossos "coralistas": de costas,  o José Sobral, ex-alf mil at inf (1971/72), hoje médico estomatologista; natural de e residente em Coimbra, e organizador do encontro; ao centro, o ex-fur mil art, Manuel Lino (vive em Lisboa).


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) > Um camarada de quem eu, infelizmente não fixei o nome: percebi que era natural de Cabeceiras de Basto, mas vivia cá mais para baixo, talvez Vila do Conde...


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O Carlos Alberto M. Simões, ex-1º cabo cripto (1971/72), que foi substituir o "nosso" GG - Gabriel Gonçalves, "grande baladeiro", também conhecido pelo "Joselito de Portugal"... Chegou tarde a Bambadinca, em maio de 1971, para desespero do "Arcanjo Gabriel" que já estava completamente passado dos carretos... Vive em Telheiras, Lisboa, e trabalhou nos seguros, tal como o GG... Disse-me que nunca saiu do seu buraco, em Bambadinca... Mas talvez um louvor do comando do BART 2917...


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O João M. Folgado, e a esposa... Ex-fur mil op especiais, foi o "periquito" do Humberto Reis... Ainda pus os dois em contacto, por telemóvel, na outra ponta de Coimbra, no restaurante "Saudade do Mondego" estava decorrer o encontro (**). O casal vive em Vila Nogueira de Azeitão, terra que também foi do Zeca Afonso.
 

Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O Firmino Ferreira, do Porto, e o António Santos (não fixei a terra onde vive)... Julgo que os dois eram furriéis milicianos.


Coimbra > Claustros do antigo Colégio da Graça, hoje sede no núcleo local da Liga dos Combatentes, Rua Sofia, 136  > 27 de maio de 2023  > 50.º convívio de confraternização da CCAÇ 12 (Bambadinca e Xime, 1971/74) >  O Jaime Pereira e o Ferreira, dois antigos alferes milicianos da CCAÇ 12, Bambadinca, 1971/72, vivendo o Ferrreira em Felgueiras, professor do ensino básico aposentado... O Jaime Pereira o comandnte do 4º Gr Comb, tendo rendido o António Rodrigues.


Fotos (e legendas): © Luís Graça (2023). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. No passado sábado, 27 de maio, apanhei uma boleia do António Duarte (ex-fur mil, CART 3493 / BART 3873, Mansambo, 1971/72, e CCAÇ 12, Bambadinca e Xime, 1972/74), que teve a gentileza (e sobretudo um grande gesto de solidariedade e camaradagem, que eu registo com gratidão!)  de passar pela Lourinhã, e levar-me, pela A8 e depois A1,  até Coimbra, para participar no 50º almoço de confraternização do pessoal da CCAÇ 12 e demais subunidades que passaram por Bambadinca entre 1971 e 1974 (*).

Acompanhou-nos também o camarada Manuel Lino, meu vizinho (é da Merceana, Torres Vedras, e vive ao pé do estádio de Alvalade, Lisboa, nas costas da Escola Nacional de Saúde Pública, onde trabalhei quase 40 anso).

O Lino foi fur mil art, do 2º Pel Art (obus 10,5 cm) que estava no Xime (foi na prática o seu comandante durante a maior parte do tempo). Eram poucos mas bons, a avaliar pela alegria, a saudade, a boa disposição e a irreverência com que evocaram os tempos de Bambadinca (março de 1971/março de 1973) e do Xime  (março de 1973/agosto de 1974). 

Dos elementos que não pertenciam à CCaç 12, tive o grato de prazer de reencontrar e abraçar o António Bonito (Pel Caç Nat 52, 1972/74) ) e o Zé Luís Vacas de Carvalho (Pel Rec Daimler 2206, 1969/71). Tive de pena de não ter podido dar um salto ao restaurante "Saudade do Mondego" onde decorria o encontro dos "velhinhos" de Bambadinca (CCS/BCAÇ 2852, CCAÇ 2590/CCAÇ 12 e outras subunidades adidas) (**).

Voltaremos ainda a falar deste convívio (***). (LG)
_____________

Notas do editor:

(*) vd. poste de 15 de maio de 2023 > Guiné 61/74 - P24315: Convívios (960): 50.º almoço de confraternização da CCAÇ 12, Pelotões Daimler e Pel Caç Nat, Bambadinca e Xime, 1971/74: Coimbra, Claustros do antigo Colégio da Graça, 27 de maio de 2023 (José Sobral e Jaime Pereira)

segunda-feira, 6 de março de 2023

Guiné 61/74 - P24122: S(C)em comentários (5): E no Geba, às portas de Bafatá, cantava-se, em 1967: "Oh! São, oh São / E o vento mudou / E ela não voltou / E ela partiu / P... que a pariu, Nunca mais ninguém a viu..." (A. Marques Lopes, cor inf ref, DAF)

Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Geba > CART 1690 (1967) > "Aqui era a nossa discoteca... Aqui cantávamos a Sandie Shaw e o Eduardo Nascimento... E bebíamos uns 'shots' valentes", diz o A. Marques Lopes (o terceiro a contar da esquerda).


Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Geba > CART 1690 (1967) > Igreja de Geba, onde já ninguém ia rezar... Devia ser de meados dos anos 30 do séc. XX, e estava em estado de grande degradação. Havia um projeto da ONG Viver100Fronteiras para a sua reconstrução.

Fotos do álbum de A. Marques Lopes, um dos históricos do nosso blogue, coronel inf, DFA, na situação de reforma, ex-alf mil da CART 1690 (Geba, 1967) e da CCAÇ 3 (Barro, 1968). 

Fotos (e legendas): © A. Marques Lopes (2005). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Lembram-se da Sandie Shaw, e da sua "Pupet on the string" (Marioneta, à letra, em português), um dos grandes êxitos do "hit parade" musical do ano de 1967? Foi com esta canção que a provocante inglesa Sandie Shaw (n. Londres, 1947) ganhou o Festival Eurovisão da Canção de 1967, em Vienba... Ainda por cima teve a irreverência de cantar desçalça, naquela época, por protesto, dizia-se, pela conservadora BBC ter pensado seriamente em "tirar-lhe o microfone" depois descobrir que a rapariguinha andava envolvida numa cena de adultério... 

Com 20 aninhos, imaginem, e aquelas hormonas todas a fervilhar!... Ficou no goto dos rapazes de Geba que deviam ter sensivelmente a mesma idade que ela ...e tinham testosterona para dar e vender...


2. Já o Eduardo Nascimento, um pouco mais velho (nascido em Angola, em 1944) era um pacato rapaz lusitano, tal como o Eusébio... Tem hoje direito a entrada na Wikipédia, onde se diz uma infâmia: que terá ido ao Festival Europeu da Canção por vontade expressa de Salazar, quando um "pretinho" dava jeito à máquina de propaganda do Estado Novo...

(...) Líder do conjunto angolano Os Rocks, participou num dos concursos de música ié-ié, realizados no Teatro Monumental, em Lisboa. Em 1967 perenizou-se com o tema O Vento Mudou, vencedor do Festival RTP da Canção

A música foi representar Portugal no Festival Eurovisão da Canção, realizado em Viena, ficando em 12º lugar (ex-aequo com a Finlândia), entre dezassete países. 

Eduardo Nascimento foi o primeiro negro a pisar os palcos da Eurovisão. Dizia-se na altura que tinha sido Salazar quem quisera que Eduardo Nascimento representasse Portugal, para provar que não era racista. O tema viria a ser gravado pelos Delfins, por Adelaide Ferreira e pelos UHF. 

Com Os Rocks Nascimento gravou ainda dois EP (...). O cantor continuou a actuar com Os Rocks até 1969, altura em que voltou para Angola e abandonou a carreira musical. Posteriormente veio a exercer funções na TAP." (...)

Os rapazes do Geba, às portas de Bafatá, cantarolavam, em 1967, uma paródia de "O Vento Mudou", numa típica manifestção de bom humor de caserna: 

"Oh! São, oh São, 
E o vento mudou, 
E ela não voltou....
E ela partiu,
P... que a pariu,
Nunca mais ninguém a viu..." 
 
3. O nosso camarada Nuno Nazareth Fernandes, autor da música, ex-alf mil, BENG 447 (Brá, Bissau, 1972/74), radialista em Bissau, no PIFAS, membro da nossa Tabanca Grande, nº 684,  já aqui desmentiu categoricamente essa "boca foleira" (que vai ficar na Wilipédia!), afirmando que no Festival RTP da Canção de 1967, "o Eduardo Nascimento ganhou com o todo o mérito, porque era a melhor canção, e rompia com o chamado nacional cançonetismo", e sendo  falso que o Salazar tenha imposto o seu nome para ir ao festival da Eurovisão (**).

Reiteramos as nossas desculpas ao Eduardo Nascimento e ao Nuno Nazareth Fernandes. 

S(C)em Comentários (***). 

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Notas do editor:

(*) Vd. postes de:


5 de março de 2023 > Guiné 61/74 - P24121: S(C)em comentários (4): A Massiel de Ingoré, ou melhor, a cantora espanhola, que venceu o Festival da Eurovisão da Canção em 1968, e que deu a alcunha à autometralhadora Daimler ME-78-63, ao tempo em que o nosso Zé Teixeira passou por lá (e também deu uma voltinha com ela...), entre maio e julho de 1968

(***) Último poste da série > 5 de março de 2023 > Guiné 61/74 - P24121: S(C)em comentários (4): A Massiel de Ingoré, ou melhor, a cantora espanhola, que venceu o Festival da Eurovisão da Canção em 1968, e que deu a alcunha à autometralhadora Daimler ME-78-63, ao tempo em que o nosso Zé Teixeira passou por lá (e também deu uma voltinha com ela...), entre maio e julho de 1968

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Guiné 61/74 - P23721: In Memoriam (458): O nosso Xico Allen (1950-2022) será cremado amanhã, dia 20, depois das cerimónias fúnebres na igreja de Lordelo do Ouro, Porto, às 14h30... Lembrando aqui os versinhos que ele fez em Empada quando era "Metralha" da CCAÇ 3566 (Empada e Catió, 1972/74)


Xico Allen (1950-2022) (*): Cerimónias fúnebres amanhã,  quinta feira, dia 20, na igreja de Lordelo do Ouro, Porto.  Informação da agência funerária. 


Francisco Allen Pereira (para nós será sempre o Xico Allen), numa das suas últimas viagens à Guiné-Bissau.  Aqui, em Agadir, Marrocos, 19/09/2017.  Foto da sua página do Facebook.


Guarda >27 de abril de 2019 >  Convívio de "Os Metralhas" (CCAÇ 3566, Empada e Catió, 1972/74) 
> "Alguns dos oficiais que prestaram serviço na Companhia dos Metralhas, com o Xico Allen, na ponta esquerda, que foi sempre o maior dinamizador destes convívios". Foto e legenda do médico Henrique Pinheiro Machado. Fonte: Página do Facebook do Francisco Allen Pereira.
 

1. Quando, em abril de 2006, o Xico Allen  (1950-2022) (*) voltou à Guiné, de jipe, e revisitou Empada, pela enésima vez (a primeira fora no ano já distante de 1992),  mas desta vez com a sua filha Inês e o Marques Lopes,  ele que era um homem de ação, pouco ou nada dado às escritas, mostrou uma outra faceta que, se calhar, nem a filha conhecia de todo, a de poeta popular, nortenho, tripeiro, ao rapar de uma folha de papel onde tinha rabiscado uns  versinhos, umas quadras de pé quebrado,  no seu tempo de Metralha, em Empada ... 

Nessa altura, em 2006, divulgámos, no nosso blogue, esses versos, sem qualquer retoque. E considerámo-los como mais uma pequena amostra do nosso Cancioneiro da Guiné (**), neste caso dedicado a Empada (***). 

Voltamos a reproduzi-los (com pequenos retoques nossos), como uma singela homenagem a este camarada e amigo  que, a partir de hoje,  se vai juntar aos amigos e camaradas da Guiné, membros ds Tabanca Grande, "que da lei da morte já se foram libertando"... Com ele, são já 125, o que não deixa de ser arrepiante: qual de nós será o próximo da lista?

 
Cancioneiro de Empada

por Xico Allen (1950-2022)
  
I
Antes d'chegar à Guiné,
Recebi uma medalha,
Hoje ainda a conservo
Com o nome de... Metralha (****)

II
Viajei de avião,
Rumo à cidade de Bissau,
Às primeiras impressões
Não me p'receu muito mau.

III
E depois de lá chegar
Segui para o Cumeré,
Fui conhecer o mato
Para saber como é.

IV
Quinze dias durou o estágio
P’rá condução na picada,
E depois fui obrigado
A juntar-me à macacada.

V
Quando cheguei a Bolama,
Muita fome lá passei,
De fome julguei morrer
Mas desta 'inda escapei.

VI
Bolama ficou p'ra trás
E rumei para Empada,
Lá iria ser melhor
Era o que tudo pensava.

VII
Empada estava à vista,
Qu'era o nosso destino
Andei pela mão dos grandes
Como se fosse um menino.

VIII
D'noite cheguei a Empada,
Estava tudo iluminado,
De manhã fui passear,
Fiquei decepcionado.

IX
Comecei a c'mer melhor
Depois que aqui cheguei,
Mas foi à minha custa
Pois cá me desenrasquei,

X
Houve cabritos e cabras,
Mortos a tiro e paulada,
Que, p'ra matar a malvada
Até nem custava nada.

XI
Neste rol de matanças
Também há porcos, leitões,
O que para nós mais tarde
São grandes recordações.

XII
Nos dias de avioneta,
Anda tudo em reboliço
Não só esperamos correio
Como presunto e chouriço.

XIII
Agora que somos velhos,
Esperamos rendição
Porque estamos quase, quase,
No fim desta 
 comissão.

XIV
E o tempo vai passando
Com muita dificuldade,
E eu vivo ansiando
Voltar à minha cidade

XV
Mas nas noites de Inverno,
Mil amarguras passei,
E nas horas de reforço
Muita chuva apanhei.

XVI
Trovoada e relâmpagos
Iluminavam com'o dia
Não desejo que tu passes
Aquilo que eu não queria.


Xico Allen

(Revisão / fixação de texto / título: LG)


s/l > s/d  > Da esquerda para a direita: Abel Moreira Santos, Francisco Allen Pereira, José Casimiro Carvalho e  José Vilas Ribeiro. Foto de J. Casimiro Carvalho, régulo da Tabanca da Maia, que comentou, na página do Facebook do Xico Allen, ontem, dia 18: "Partiste. O Régulo-Mor estará à tua espera. Foste sempre um bom camarada. Estiveste à espera em 2010 na Guiné, do Avião, para nos acompanhar e ajudar, foste sempre um Grande Homem e um "Homem Grande".  Adeus, Xico". https://www.facebook.com/fapereira1.  

Por sua vez, o Abel Moreira Santos comentou: "Estamos a ficar cada vez menos, desta foto de quatro só restam dois, o último que partiu que descanse em paz, até já camarada e amigo".
__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. postes anteriores > 


19 de outubro de 2022 > Guiné 61/74 - P23720: In Memoriam (457): Xico Allen (1950-2022), ex-Soldado Condutor Auto, CCAÇ 3566, "Os Metralhas" (Empada e Catió, 1972/74): A minha homenagem ao amigo Xico Allen, como sempre o tratei (Albano Costa)

(***) Vd. poste de 9 Vd. poste  1 de junho de  2006 > Guiné 63/74 - P829: Cancioneiro de Empada (Xico Allen)

(****) Ficha da undade: Companhia de Caçadores n.º 3566

Identificação: CCaç 3566
Unidade Mob: BC 10 - Chaves
Cmdt: Cap Mil Inf João Nuno Rocheta Guerreiro Rua | Cap Inf Herberto Amaro Vieira Nascimento | Cap Mil Inf Pedro Manuel Vilaça Ferreira de Castro
Divisa: "Os Metralhas"
Partida: Embarque (nos TAM) em 23mar72; desembarque em 23mar72 | Regresso: Embarque em 18jun74

Síntese da Actividade Operacional

Após realização da IAO, de 27mar72 a 22abr72, no CIM, em Bolama, seguiu em 24mai72, para Empada, a fim de efectuar o treino operacional e a sobreposição com a CCaç 3373.

Em 17mai72, assumiu a responsabilidade do subsector de Empada, ficando integrada no dispositivo e manobra do BCaç 3852. 

Em 22jan73, por remodelação do dispositivo, o subsector passou à dependência do BCaç 4510/72. 

Em 3 e 21abr73, dois pelotões foram deslocados para Catió, em reforço da guarnição
local, onde se mantiveram até 23jan74.

Em 25fev73, a sua zona de acções foi alargada às áreas da península da Pobreza e Cubisseco de Baixo, por reformulação do dispositivo, incrementando então a sua actividade ofensiva, com realce para uma acção imediata sobre Iangué, em 19out73, com bons resultados.

Em 14jun74, foi rendida no subsector de Empada pela CCaç 4944/73, recolhendo seguidamente a Bissau, a fim de efectuar o embarque de regresso.

Observações - Tem História da Unidade (Caixa n." 116 - 2ª Div/4ª  Sec, do AHM).

Fonte: Excertos de Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 7.º volume: Fichas das Unidades. Tomo II: Guiné. Lisboa: 2002, pág. 412

sábado, 3 de setembro de 2022

Guiné 61/74 - P23583: O Cancioneiro da Nossa Guerra (14): Os Hinos da 4ª CCAÇ (Bolama e Bedanda, 1961/67) e da CCAÇ 6 (Bedanda, 1967/74)



Hino da  4ª Companhia de Caçadores  

(Bolama e Bedanda, 1959/67)


A terrível companhia 4ª CC
Que luta de noite e dia
Não têm medo
Na luta não tem rival
E gritam sempre
Vamos lá malta para a frente
Aqui manda Portugal

Refrão

No tarrafo são panteras
E na mata são leões
Mais do que com as armas
Eles lutam como feras
Lutam com os corações

Lutam sem medo
Nas bolanhas da Guiné
Caçadores nativos
Aos turras batem o pé
Sabem actuar
Em qualquer situação
Avançando sem parar
Gritando sem cessar
Defendemos nosso chão

Refrão

No tarrafo são panteras
E na mata são leões
Mais do que com as armas
Eles lutam como feras
Lutam co
m os corações

Fonte: In "Panteras à solta: No sul da Guiné uma companhia de tropas nativas defende a soberania de Portugal", de Manuel Andrezo, edição de autor, s/l, 2010, pág. 5. [ Disponível em formato pdf, na Biblioteca Digital do Exército (Panteras_a_Solta (PDF, 6 MB, link para descarregar o ficheiro em pdf, cortesia do autor e da Biblioteca Digital do Exército. Manuel Andrezo é o pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade, ex-cap inf, 4ª CCAÇ / CCAÇ 6, Bedanda, jul 1965/jul 67].

Não sabemos a data nem o autor da letra. Mas já devia existir esta letra em 1965/67.  Diz o refrão: " No tarrafo são panteras / E na mata são leões / Mais do que com as armas / Eles lutam como feras / Lutam com os corações"...

Quem escreveu este refrão, não conhecia bem a fauna da Guiné, onde, em 1965, ainda existiam leões (pouquíssimos) mas não não propriamente panteras. "Onça" (termo crioulo para leopardo), sim (nome científico: Panthera pardus) ... O termo "pantera" tende a ser usado para designar três tipos de felinos: 

(i) a pantera africana ou leopardo; 

(ii) a pantera americana ou onça p.d.; 

e (iii) e a pantera negra, que, na verdade, é uma variante melânica do leopardo (Panthera pardus).





Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, adapt de "Guia de Identificação dos Animais da Guiné-Bissau". República da Guiné-Bissau, Direcção Geral dos Serviços Florestais e Caça, Departamento da Fauna e Protecção da Natureza, s/l, s/d, pág. 11 (Disponível em formato pdf, aqui, no sítio do IBAP ,
https://ibapgbissau.org/Documentos/Estudos/Animais%20da%20Guine-Bissau.pdf)


A onça-preta, ou onça-preta, também conhecida por jaguar-preto, é uma variação melânica da onça-pintada (ou jaguar), e só existe no continente americano...A pantera-negra é rara na natureza, sendo muito pouco comum na África e grande parte da Ásia.... A variante é mais comum, nas selvas do sudeste asiático, e até abundante na Malásia. 

È muito pouco provável, pois, que algum guineense alguma vez tivesse visto em Bedanda, u noutra parte da Guiné, uma pantera-negra...e muito menos ainda uma onça-negra...

Também não sabemos como seria cantada este hino (em geral, adaptava-se a letra a uma música conhecida).

A 4ª CCAÇ foi extinta, passando a designar-se, em 1abr67, por CCaç 6 (por sua vez extinta em 20ago74) (*).


Hino da 6ª CCAÇ 
(Bedanda, 1967/74)






O Hino dos Onças Negras da CCAÇ 6 (Bedanda, 196774)


Fonte: "O Seis do Cantanhês", nº 1, 1973 (?)... Jornal mensal (mas só saíram dois números),  "jornal de caserna",  foi criado e dirigido pelo Cap Gastão e Silva, da CCAÇ 6, tinha como redator-coordenador o alf mil Joaquim Pinto Carvalho e, entre outros membros da redação, o alf mil António Teixeira, o nosso saudos Tony (1948-2013)... Foi ele que nos facultou esta página. Não sabemos quem é o autor da letra do hino. nem o ano,  mas, pela  referência à "Guiné Melhor", deve ser do tempo do Spínola (1968/73).(**). 


Enfim, são mais duas peças para o Cancioneiro da Nossa Guerra (***). Esperemos que outras letras  (e músicas) não se percam.

Imagem: © António Teixeira (2011). Todos os direitos reservados.
[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné].

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Notas do editor:

(*) Vd. poste de 25 de agosto de 2022 > Guiné 61/74 - P23553: Notas de leitura (1478): "Panteras à solta", de Manuel Andrezo (pseudónimo literário do ten gen ref Aurélio Manuel Trindade): o diário de bordo do último comandante da 4ª CCAÇ e primeiro comandante da CCAÇ 6 (Bedanda, 1965/67): as aventuras e desventuras do cap Cristo (Luís Graça) - Parte I: "Os alferes não gostaram do novo capitão. Acharam-no com cara de poucos amigos."

(**) Vd. poste de 30 de Setembro de 2011 > Guine 63/74 - P8842: Cancioneiro de Bedanda (1): O hino da CCAÇ 6, Onças Negras (António Teixeira / Hugo Moura Ferreira)

(***) Útimo poste da série > 28 de abril de 2022 > Guiné 61/74 - P23209: O Cancioneiro da Nossa Guerra (13): a "Spinolândia", com letra (parodiada) e música de "Os Bravos", de Zeca Afonso: uma preciosidade encontrada no sítio de "Os Leões de Madina Mandinga", a 1ª CART/BART 6523/73 (1973/74)